Da vinha até o vinho, há uma jornada distinta
que reflete a dedicação, o cuidado e a arte
por trás de cada garrafa.

Castas

Na região predominam as castas tintas, com cerca de 80% do encepamento total. 

A casta predominante é a Castelão, destacando-se também a Aragonês, Syrah, Trancadeira, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Alicante. As castas brancas mais representativas da região são a Moscatel de Setúbal e a Fernão Pires, com destaque também para a Arinto, Antão Vaz, Síria e Chardonnay.

Castas Brancas

As castas brancas mais representativas da região são a Moscatel de Setúbal ou Graúdo e a Fernão Pires, com destaque também para a Arinto, Antão Vaz, Síria e Chardonnay.

Outras castas brancas são: Verdelho, Chardonnay, Viosinho, Viognier, Malvasia Fina, Sauvignon, Alvarinho, Sercial, Rabo de Ovelha, Pinot Blanc, Moscatel Galego Branco, Tamarez, Semillon, Loureiro, Boal Branco e Encruzado.

A casta Moscatel de Setúbal e a casta Graúdo representam duas variedades distintas de uva, cada uma com características próprias que contribuem para a produção de vinhos com perfis sensoriais diferentes.

A Moscatel de Setúbal, uma uva branca, é reconhecida por sua aptidão na produção de vinhos doces e aromáticos, especialmente na região da Península de Setúbal em Portugal. Seus vinhos são conhecidos por apresentarem aromas florais intensos e notas frutadas, combinadas com uma doçura equilibrada e uma acidez refrescante. Geralmente são utilizados na produção de vinhos generosos e de colheita tardia.

Por outro lado, a casta Graúdo, uma uva tinta, é amplamente cultivada em Portugal, principalmente na região do Alentejo. Utilizada na produção de vinhos tintos encorpados, os vinhos feitos com a casta Graúdo caracterizam-se por sua estrutura robusta, taninos suaves e notas marcantes de frutas escuras. São vinhos que tendem a envelhecer bem e que refletem a riqueza e o potencial da uva tinta Graúdo.

Portanto, embora ambas as castas tenham seu lugar no mundo do vinho português, cada uma oferece uma experiência única, seja na forma de um vinho doce e aromático como o Moscatel de Setúbal, ou de um vinho tinto encorpado e rico como os produzidos com a casta Graúdo.

A casta Arinto é outra variedade de uva branca muito importante em Portugal. Também conhecida como Pedernã, é cultivada principalmente na região da Bairrada, na região dos Vinhos Verdes e na região da Estremadura. A Arinto é apreciada pela sua acidez refrescante e capacidade de produzir vinhos brancos vibrantes e frescos, com notas cítricas e minerais. É frequentemente utilizada em vinhos brancos mono-varietais, mas também pode ser encontrada em blends, onde contribui com a sua acidez e frescura. Esta casta é especialmente adequada para climas frescos e úmidos, onde consegue amadurecer lentamente, mantendo a sua acidez e frescura.

A casta Fernão Pires, também conhecida como Maria Gomes ou Malvasia Rei, é uma variedade de uva branca amplamente cultivada em Portugal, especialmente nas regiões da Estremadura e da Península de Setúbal. Reconhecida por sua versatilidade, é frequentemente utilizada na produção de vinhos brancos aromáticos e frescos, apresentando notas cítricas e florais distintas. Além disso, é empregada na elaboração de vinhos espumantes e em alguns vinhos fortificados. Sendo uma das castas mais plantadas em Portugal, a Fernão Pires é valorizada tanto pelos produtores quanto pelos consumidores, destacando-se pela sua adaptabilidade e pela qualidade dos vinhos que produz.

A casta Antão, também conhecida como Antão Vaz, é uma variedade de uva branca originária de Portugal, predominantemente encontrada na região do Alentejo. Reconhecida por sua contribuição para vinhos brancos encorpados e complexos, a Antão Vaz é apreciada por sua capacidade de produzir vinhos com aromas frutados intensos, frequentemente apresentando notas de frutas tropicais e citrinas, bem como uma estrutura equilibrada e uma acidez refrescante. Sua popularidade crescente é atribuída à sua versatilidade na produção de vinhos de qualidade, tanto em vinhos monovarietais como em blends, contribuindo para a diversidade e excelência do panorama vinícola português.

A casta Síria, também conhecida como Roupeiro, é uma variedade de uva branca tradicionalmente cultivada em Portugal, especialmente nas regiões do Alentejo e da Península de Setúbal. Reconhecida por sua adaptabilidade a climas quentes e solos calcários, a Síria produz vinhos brancos aromáticos e frescos, com notas cítricas e florais distintas. Apresentando uma boa acidez e estrutura, os vinhos elaborados com esta casta muitas vezes exibem um equilíbrio notável entre frescura e complexidade, destacando-se como uma escolha popular tanto para vinhos de consumo imediato como para vinhos com potencial de envelhecimento. A casta Síria tem desempenhado um papel significativo na diversificação e qualidade dos vinhos portugueses, contribuindo para a reputação internacional do país como produtor de vinhos de excelência.

A casta Chardonnay é uma variedade de uva branca de origem francesa que ganhou fama mundial e é amplamente cultivada em diversas regiões vinícolas ao redor do globo. Conhecida por sua versatilidade e capacidade de refletir as características do terroir onde é cultivada, a Chardonnay produz vinhos brancos de grande qualidade e diversidade de estilos. Desde os frescos e frutados até os encorpados e complexos, os vinhos Chardonnay apresentam uma vasta gama de aromas e sabores, que podem incluir notas de maçã, pêssego, abacaxi, melão, baunilha, manteiga e até mesmo toques minerais. A fermentação e o envelhecimento em barricas de carvalho são técnicas comuns na vinificação da Chardonnay, contribuindo para a sua riqueza e complexidade. Reconhecida como uma das castas mais importantes do mundo, a Chardonnay continua a ser apreciada tanto por enólogos quanto por consumidores, mantendo-se como uma referência no universo dos vinhos brancos de qualidade.

Castas Tintas

A casta predominante é a Castelão, destacando-se também a Aragonês, Syrah, Trancadeira, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Alicante.

Outras castas tintas são: Alicante-Bouschet, Touriga-Franca, Merlot, Alfrocheiro, Tinta-Barroca, Tinta-Miúda, Tannat, Tinto-Cão, Petit-Verdot, Pinot Noir, Bastardo, Tinta-Caiada, Baga e Moreto.

A casta Castelão, também conhecida como Periquita, é uma das mais antigas e veneradas castas tintas de Portugal. Originária da Península de Setúbal, esta casta tem se espalhado por várias regiões vinícolas do país, como o Alentejo, o Ribatejo e o Algarve, adaptando-se maravilhosamente a diferentes terroirs e climas.

Características Distintivas

A Castelão é conhecida pela sua robustez e adaptabilidade. As suas videiras vigorosas prosperam em solos arenosos e climas quentes, produzindo bagos de cor escura e casca grossa. Esta estrutura resulta em vinhos encorpados e de grande caráter, com excelente potencial de envelhecimento.

Os vinhos de Castelão destacam-se pelo seu perfil frutado, exibindo aromas intensos de frutos vermelhos e pretos, como cerejas, ameixas e amoras. Em boca, são notáveis pela sua acidez equilibrada e taninos firmes, características que lhes permitem evoluir de forma magnífica ao longo do tempo. Com o envelhecimento, desenvolvem nuances complexas de especiarias, tabaco e couro, elevando a sua sofisticação e profundidade.

Versatilidade e Harmonização

A versatilidade da casta Castelão permite a sua utilização tanto em vinhos varietais como em blends, onde acrescenta corpo e intensidade. Esta casta é capaz de produzir desde vinhos jovens e frescos até vinhos mais complexos e estruturados, adequados para longos períodos de envelhecimento.

Quando se trata de harmonização, os vinhos de Castelão são perfeitos para acompanhar uma variedade de pratos tradicionais portugueses. Combinam especialmente bem com carnes vermelhas grelhadas ou assadas, pratos de caça, ensopados e cozidos, além de queijos curados e enchidos.

A casta Aragonês, também conhecida como Tinta Roriz, é uma variedade de uva tinta amplamente cultivada em Portugal, especialmente na região do Douro e do Alentejo. Reconhecida pela sua adaptabilidade a diferentes condições climáticas e solos, a Aragonês produz vinhos tintos de grande qualidade e versatilidade. Os vinhos elaborados com esta casta são geralmente encorpados, com taninos firmes e uma acidez equilibrada. Apresentam frequentemente aromas de frutas vermelhas e escuras, especiarias e notas florais, com uma boa capacidade de envelhecimento em garrafa. A Aragonês é frequentemente utilizada em blends, onde contribui para adicionar estrutura, cor e complexidade aos vinhos. Sua presença no cenário vinícola português é fundamental, desempenhando um papel importante na produção de vinhos de alta qualidade e contribuindo para a reputação internacional dos vinhos portugueses.

A casta Syrah, também conhecida como Shiraz em alguns países, é uma variedade de uva tinta amplamente cultivada em todo o mundo e originária da região do Rhône, na França. Reconhecida por sua versatilidade e capacidade de se adaptar a diferentes climas e solos, a Syrah produz vinhos tintos encorpados e complexos, com aromas distintos de frutas escuras, como amora e ameixa, além de notas de especiarias, pimenta preta e toques defumados. Os vinhos Syrah são geralmente marcados por taninos firmes e uma acidez equilibrada, o que lhes confere estrutura e capacidade de envelhecimento. A casta Syrah é cultivada em diversas regiões vinícolas ao redor do mundo, incluindo França, Austrália, Estados Unidos, Chile e África do Sul, onde tem alcançado grande prestígio. É frequentemente utilizada em cortes de vinho, mas também é encontrada em vinhos varietais, onde demonstra toda a sua expressividade e potencial. A sua contribuição para a produção de vinhos de alta qualidade tem sido fundamental, consolidando a Syrah como uma das castas tintas mais importantes e apreciadas internacionalmente.

A casta Trincadeira, também conhecida como Trincadeira Preta, é uma variedade de uva tinta amplamente cultivada em Portugal, especialmente nas regiões do Alentejo e da Península de Setúbal. Reconhecida por sua adaptação a climas quentes e solos secos, a Trincadeira produz vinhos tintos encorpados e aromáticos, com aromas intensos de frutas vermelhas e escuras, especiarias e notas terrosas. Os vinhos feitos com esta casta são geralmente suaves e macios, com taninos redondos e uma acidez equilibrada. A Trincadeira é frequentemente utilizada em blends, onde contribui para adicionar cor, aroma e complexidade aos vinhos. Seu papel na produção de vinhos portugueses tem sido fundamental, contribuindo para a diversidade e qualidade do panorama vinícola do país.

A casta Touriga Nacional é considerada uma das castas tintas mais emblemáticas de Portugal e é frequentemente aclamada como a rainha das uvas portuguesas. Originária do Vale do Douro, esta casta é conhecida pela sua qualidade superior e contribuição para alguns dos vinhos mais prestigiados do país, incluindo os Vinhos do Porto e os vinhos tintos do Douro. A Touriga Nacional produz vinhos tintos de cor intensa, com aromas complexos que podem incluir notas florais, frutas escuras e especiarias. Os vinhos feitos com esta casta são geralmente encorpados, com taninos firmes e uma acidez equilibrada, que lhes confere estrutura e capacidade de envelhecimento. Além de ser amplamente cultivada no Douro, a Touriga Nacional também é encontrada em outras regiões vinícolas de Portugal, como o Dão e o Alentejo, onde contribui para a produção de vinhos tintos de alta qualidade. O sucesso internacional desta casta tem contribuído para elevar a reputação dos vinhos portugueses no cenário mundial, consolidando a Touriga Nacional como uma das castas mais importantes e apreciadas de Portugal.

A casta Cabernet Sauvignon é uma das variedades de uva tinta mais reconhecidas e amplamente cultivadas em todo o mundo. Originária da região de Bordeaux, na França, a Cabernet Sauvignon é conhecida por produzir vinhos tintos encorpados, complexos e de longa duração. A sua popularidade é atribuída às suas características distintivas, que incluem aromas intensos de frutas escuras como cassis e amora, notas herbáceas, e toques de especiarias e tabaco. Os vinhos feitos com Cabernet Sauvignon são geralmente marcados por taninos firmes e uma acidez equilibrada, o que lhes confere estrutura e capacidade de envelhecimento. Além de ser amplamente cultivada em Bordeaux, a Cabernet Sauvignon é cultivada com sucesso em várias regiões vinícolas ao redor do mundo, incluindo o Vale do Napa na Califórnia, onde alcançou grande prestígio. É frequentemente utilizada em cortes de vinho, como nos famosos blends de Bordeaux, mas também é encontrada em vinhos varietais, onde exibe todo o seu potencial e caráter distintivo.

A casta Alicante, também conhecida como Alicante Bouschet, é uma variedade de uva tinta amplamente cultivada em várias regiões vinícolas do mundo, incluindo Portugal, Espanha, França e Estados Unidos. O que a distingue de outras uvas tintas é o facto de possuir polpa e sumo de cor vermelha escura, o que contribui para a intensidade da cor dos vinhos produzidos a partir desta casta. Os vinhos Alicante Bouschet são conhecidos pela sua profundidade de cor, riqueza e corpo encorpado. Apresentam frequentemente aromas intensos de frutas vermelhas e escuras, especiarias e notas terrosas. Devido à sua estrutura robusta, esta casta é frequentemente utilizada em blends para adicionar cor, intensidade e complexidade aos vinhos. O Alicante Bouschet desempenha um papel significativo na produção de vinhos em várias regiões do mundo, contribuindo para a diversidade e qualidade do panorama vinícola global.